sábado, 24 de outubro de 2009

COMISSÃO PARA O DIÁLOGO ECUMÊNICO PROMOVE SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO

Aconteceu no dia 21 de outubro, quarta passada no Centro UNISAL - Campus Pio XI, o Seminário de Formação Ecumênica organizado pela Comissão Paroquial para o diálogo ecumênico e inter-religioso da Paróquia São João Bosco do Alto da Lapa, São Paulo-SP. O Seminário de Formação Ecumênica foi coordenado pelo salesiano Delmiro Vieira N. Júnior, assessor para o diálogo ecumênico e inter-religioso, e Comissão para o diálogo da Paróquia Dom Bosco: Camélia Paiva, Dirce, Maria de Lourdes Crepaldi, Simone Payão, Ronaldo e Roberto Muller. Em parceria com o Centro UNISAL - Pio XI, foi possível acolher 120 pessoas das 150 inserções realizadas pelo site da Faculdade de Teologia.
O Seminário teve como tema central “a dimensão ecumênica na formação do agente de pastoral a serviço da evangelização”. Foram convidados três professores para desenvolver as temáticas: O moderado da mesa, o Prof. Francisco Catão; o Prof. Pe. Anderson Menezes que desenvolveu os aspectos teológico-pastorais do diálogo presentes na Carta encíclica Ecclesiam Suam do Papa Paulo VI; e o Prof. Pe. José Bizon que trabalhou os elementos da formação ecumênica dos agentes de pastoral a partir das experiências ecumênicas no Brasil.
Segundo o diretor do Campus Pio XI, Pe. Ronaldo Zacarias, sdb, “o Seminário de Formação ultrapassou as expectativas pelo interesse da comunidade: religiosos, religiosas, estudantes de teologia, catequistas, membros de pastorais e movimentos”. E ainda dizia que “a iniciativa marcava um novo tempo para o Campus PIO XI”, o estudo reservado à Faculdade de Teologia passava a fazer parte do debate de pessoas ligadas à pastoral no confronto existencial no diálogo fraterno entre os cristãos e pessoas de outras religiões. Concluía Pe. Ronaldo Zacarias dizendo que “a iniciativa da Comissão para o diálogo em parceria com o Centro UNISAL - Pio XI deveria continuar pelo significado da formação ecumênica no agir pastoral das comunidades cristãs.”

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Jesus e o Pai: uma relação de intimidade no Espírito


Os relatos do Segundo Testamento, quando abordados a partir de uma hermenêutica dos textos, ou seja, como foram interpretados pela comunidade apostólica e transmitidos pela Tradição da Igreja, ajudam-nos a compreender que a vida e as palavras de Jesus expressam sua filiação na relação íntima com o Pai no Espírito Santo. No Evangelho de João são mencionados trechos nos quais apresentam a relação de Jesus com o Pai, numa dimensão de profunda intimidade e unidade: “Abba, meu Pai”, lemos em Jo 17, 21: “... como tu, Pai, estás em mim e eu em ti...”. Jesus vivia numa tal proximidade com o Pai que só podia emanar de sua experiência amorosa e de sua relação perene com Ele.
Jesus falava e agia a partir da profundidade de si mesmo, na intimidade do Pai. Deus é Pai, não porque Ele é Deus, mas porque Ele é Pai de Jesus Cristo. A filiação da criatura é imperfeita: nós somos filhos adotivos do Pai de Jesus Cristo, chamados a participar na vida de Deus gratuitamente. A nossa oração filial consiste no fato que: “... enviou Deus aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abba, Pai” (Gl 4,6). Esta oração dirigida ao Pai insere-nos no mistério da comunhão do Filho com o Pai no Espírito Santo.
O reconhecimento de Jesus como enviado de Deus é que dá acesso à percepção da obra do Pai, realizada por Jesus. É necessário voltar ao testemunho dos textos evangélicos, os quais reconhecem Deus em Jesus, a partir da experiência de fé que fizeram os discípulos ao considerarem suas ações e palavras, iluminadas pelo fato incontestável da ressurreição.
A característica da obra do Pai e do Filho, a vida de fé, é da ordem do Espírito. Não há explicitamente uma expressão de Jesus sobre o Espírito Santo que identifique sua personalidade. No entanto, há passagens nos evangelhos que manifestam sua mediação e continuidade na missão do Filho, como por exemplo, em Jo 15, 26 “Quando vier o Paráclito, que vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da Verdade, que vem do Pai, dará testemunho de mim”. Desse modo, podemos afirmar que o Espírito da Verdade não traz um ensinamento novo, mas presentifica o ensinamento de Jesus: O Espírito testemunha o Filho como revelador do Pai.
Jesus manifestou por sua vida a adesão profunda de si ao Pai, vivida no poder do Espírito. Não é a materialidade das obras que as caracteriza como obras de Deus e de Jesus, senão o Espírito que as anima, o Espírito do Pai e do Filho. Lemos em Jo 4, 34: ”O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”. A obra de Jesus é a obra de Deus, testemunha da união do Filho com o Pai, no Espírito. Por isso, o Espírito comunicado ao fiel está na raiz da vida de fé e deve caracterizar todo agir cristão nesse mundo.


Autores: Cleyton U. Coutinho, sdb e Delmiro Vieira N. Júnior, sdb.
Estudantes de Teologia do Centro UNISAL – Pio XI

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O que é ecumenismo?

Esta é uma pergunta que muita gente se faz, pois sempre ouvimos alguém dizer que é ecumênico, ou que vive uma espiritualidade ecumênica, ou ainda que participe de encontros e celebrações ecumênicas. No entanto, alguns cristãos não têm uma idéia clara do que seja ecumenismo, diz muitas coisas contra o movimento ecumênico, sem conhecer as orientações do Concílio Vaticano II (1962-1965) que promulgou um Decreto chamado Unitatis Redintegratio sobre o ecumenismo no dia 21 de novembro de 1964. Mas vamos conversar um pouco sobre este tema que diz respeito a todos os cristãos.
É importante a gente saber que a palavra ecumenismo foi usada em diferentes épocas com diferentes contextos. Nos primeiros séculos do cristianismo, ecumenismo designava todo o mundo conhecido, ou seja, o território dominado pelo Império Romano. Hoje em dia, este termo é usado com outro significado, pois entendemos ecumenismo como a busca da unidade visível dos discípulos de Jesus que por diversas circunstâncias históricas, encontram-se hoje separados. Pois é o desejo do próprio Cristo quando ora ao Pai pedindo a unidade: “Que todos sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,21). Dessa maneira, todo esforço de reaproximação, de reconhecimento fraterno, de respeito, de abertura ao outro, de diálogo, enfim, toda e qualquer iniciativa para a reintegração dos cristãos na unidade é chamado de movimento ecumênico.
Agora nós sabemos que ecumenismo é a busca da reintegração dos cristãos na unidade. Mas você pode se perguntar, que ‘significa reintegração dos cristãos na unidade’? Será que significa reunir todas as pessoas numa só tradição cristã? Ou, significa todo mundo ser católico-romano? Talvez signifique todos serem luteranos ou anglicanos? Ou ainda, todo mundo ser ortodoxo ou metodista? Não!!! Pois a unidade da Igreja, historicamente dividida não se faz na uniformidade, mas na diversidade das tradições eclesiais. O esforço ecumênico de nossas Igrejas não significa que queremos formar uma “super-igreja”, mas queremos expressar a unidade da Igreja que já existe no mistério de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, a unidade da Igreja se faz no seio da Trindade, é visivelmente percebida por meio do testemunho da fé apostólica, da celebração dos sacramentos, especialmente, do Batismo e Eucaristia, do ministério pastoral, da oração comum, do serviço da caridade, na meditação e pregação do único Evangelho, da comunhão no amor entre as Igrejas e no serviço ao Reino de Deus.
O movimento ecumênico, no qual muitas Igrejas cristãs participam (inclusive a nossa), é considerado um fruto da ação do Espírito de Deus, que quer unir na fé, esperança e amor todos os discípulos de Cristo das mais diversas tradições cristãs. A diversidade entre as Igrejas cristãs não é um erro, e sim um valor, pois manifesta múltiplas formas da experiência do único Deus e Pai, que por meio de Jesus nos congrega pela ação do Espírito Santo na única Igreja de seu Filho, chamada a ser em Cristo sacramento ou sinal e instrumento da união com Deus e da unidade de toda a família humana.
O caminho do movimento ecumênico não é fácil, pois nos solicita duas atitudes fundamentais, que por sinal, são radicalmente provenientes do coração de Jesus: o amor e o perdão. Somente pessoas abertas ao diálogo são capazes de vivenciar a espiritualidade ecumênica, e mais ainda, serão capazes de colaborar para que a reintegração dos cristãos na unidade seja um testemunho do amor de Cristo que nos faz irmãos e irmãs, sem preconceitos, sem desconfiança e sem ressentimentos. O diálogo, o respeito, o procurar conhecer as expressões de fé da nossa Igreja e saber as razões pelas quais nossos irmãos de outras Igrejas dizem ou fazem diferente de nós são atitudes de pessoas que aprenderam a viver e a comunicar perdão e o amor.


Autor: Delmiro Vieira do Nascimento Júnior, sdb.
Assessor paroquial para a dimensão ecumênica e inter-religiosa

sábado, 3 de outubro de 2009

Programação do Seminário de Formação Ecumênica no dia 21 de outubro de 2009

Paróquia São João Bosco – Alto da Lapa – São Paulo
Comissão para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso

Seminário de Formação Ecumênica – 21 de outubro de 2009

Programação geral:



19h – Acolhida e cafezinho no pátio

19h30min: Abertura do Seminário com a Proclamação da Palavra de Deus e invocação do Espírito Santo
- Mensagem de acolhida do Pe. Juarez Testoni, sdb – Pároco
- Palavras de acolhida do Pe. Ronaldo Zacarias, sdb - Diretor do Campus Pio XI do Centro UNISAL

19h45min: Composição da Mesa:
Prof. Francisco Catão – Moderador da mesa
Prof. Pe. Anderson Menezes Alencar, sdb
Prof. Pe. José Bizon

19h50 a 20h45 - Apresentação da temática proposta aos professores assessores

20h45min – Participação da assembléia (questionamentos, dúvidas e colaborações)

21h30min – Homenagem aos professores e Despedida